A crise está na moda e tudo o que não vai bem pode ser justificado por ela. Contudo, descuidar da empresa somente porque os negócios vão mal é alimentar um círculo vicioso, que fará com que a crise – pelo menos para sua empresa – não termine nunca. No mandarim (idioma chinês), a palavra “crise” tem dois ideogramas, que podem significar “perigo” ou “oportunidade”. E tudo dependerá da postura do empreendedor.
Não há mais espaço para reclamações. Isso não resolverá as coisas. É preciso aproveitar esse momento para fazer o dever de casa, organizar a empresa e otimizar os custos.
Cortar custos não significa reduzir o quadro de funcionários. Independente da estrutura física, tecnológica ou do bom produto comercializado, ninguém faz nada sem pessoas. O foco está na gestão e no planejamento. Não adianta saber comprar e vender bem. O grande desafio é transformar faturamento em lucros, e não só em impostos.
Mas, como?
O primeiro passo é repensar toda a dinâmica contábil da empresa. Resumindo: Planejamento Tributário. É um trabalho um pouco complexo, mas que pode abrir novos horizontes para a empresa. Este é um importante momento para avaliar as características do negócio, buscando, com base nas informações a seguir, projetá-las em vários cenários tributários diferentes para saber qual a melhor estrutura a adotar no exercício seguinte:
– Analisar o faturamento de 2014 e prever o de 2015 e 2016;
– Qual o valor da folha de pagamento;
– Qual o valor do pró-labore do empresário ou sócio (aquele que consta na folha de pagamento);
– Analisar o total de compras feitas em 2014 e a previsão para 2015 e 2016;
– Definir o valor das contas da empresa (energia, água, telefone, internet) e financiamentos;
– Apurar o valor pago de ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) em 2014;
– Observar e avaliar melhor margem de lucro bruta média aplicada nos produtos, que poderá ser, inclusive, alterada em função do estudo.
Há casos, ainda, em que é preciso avaliar se a natureza tributária (Simples Nacional, Lucro Presumido, Lucro Real, etc.) é pertinente à realidade financeira da empresa. Se preciso for, pode-se propor a mudança.
Ações mais simples
Obrigatoriamente, o Planejamento Tributário deverá ser feito junto ao contador da empresa. Mas o gestor pode iniciar um trabalho bastante eficiente seguindo as orientações do Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. O órgão recomenda que o empreendedor inicie a reestruturação da empresa observando três conceitos básicos: fluxo de caixa, demonstrativo de resultados (apuração do lucro líquido da empresa levando em conta o custo das mercadorias vendidas, despesas variáveis e fixas) e balanço patrimonial.
Outra opção é investir em ferramentas que otimizem a gestão destas informações, como software do tipo ERP (planejamento de recursos empresariais).
Para lucrar, não é preciso somente reduzir drasticamente os gastos e aumentar as vendas. Os investimentos precisam ser mantidos, principalmente no treinamento de pessoal e novas tecnologias.
Fonte: Singular Comunicação