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Como montar uma estrutura de produtos

escrito por
28/8/2024
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Neste artigo, vamos explorar os desafios e as melhores práticas para montar uma estrutura de produtos eficiente, essencial para o sucesso de qualquer indústria de transformação.

Desafios na Estruturação

Se você trabalha na engenharia ou no Planejamento e Controle da Produção (PCP) de uma indústria, certamente já se deparou com dúvidas ao montar uma estrutura de produtos. Seja para implementá-la no sistema ERP da empresa ou para detalhá-la nos softwares de projetos, as principais questões geralmente giram em torno da definição dos diversos níveis. Um produto passa por inúmeros processos em vários centros de trabalho até sua finalização, o que levanta importantes questionamentos:

  1. Como criar os códigos necessários nos diversos níveis de produtos prontos, semiacabados, matérias-primas e componentes?
  2. É preciso criar um código de semiacabado para cada processo que o item recebe na fábrica?
  3. Qual a melhor forma de quantificar todos estes materiais?

Segundo uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ), 67% das indústrias brasileiras enfrentam dificuldades na estruturação eficiente de seus produtos, o que impacta diretamente na produtividade e competitividade do setor.

Fundamentos da Estruturação

Levantamento de Itens

O processo inicia-se com a definição dos itens e suas respectivas unidades de medida. É crucial estabelecer uma unidade padrão para cada item, que será utilizada tanto na medição de estoque quanto na estrutura do produto. Esta padronização é fundamental para garantir a consistência e a precisão em todo o processo produtivo.

Fatores de Conversão

Muitas empresas compram ou vendem produtos em unidades de medida diferentes das utilizadas internamente. Nestes casos, é essencial adotar fatores de conversão nas operações de compra e venda. Por exemplo, se uma empresa compra tecido em metros quadrados, mas utiliza centímetros quadrados em sua produção, é necessário estabelecer um fator de conversão preciso para evitar erros de cálculo e desperdícios.

Conformidade Fiscal

A estruturação de produtos não é apenas uma questão operacional, mas também legal. Os procedimentos precisam estar alinhados com as normas estabelecidas no Bloco K do Sped Fiscal, regime de ICMS, IPI e outras legislações pertinentes. A participação e validação da área fiscal da empresa são fundamentais para garantir a conformidade e evitar problemas futuros com as autoridades fiscais.

Processo na Prática

Imagine uma empresa que produz cadeiras de escritório. O produto final, a cadeira, representa o primeiro nível da estrutura. A unidade de medida será "UN" (unidade), pois é assim que as cadeiras são vendidas. Este produto deve ser inserido na estrutura com sua composição completa, incluindo as embalagens.

Determinando os Níveis

O segundo nível é definido pela organização do processo produtivo. Neste ponto, é crucial entender quando criar subníveis ou quando é possível estabelecer um nível único com os componentes comprados ou matérias-primas utilizadas na fabricação da cadeira.

Escala de Produção

A decisão entre criar mais níveis ou sintetizar em poucos itens depende da escala e complexidade da produção. Por exemplo:

  1. Micro fábrica: Produz uma cadeira por vez, do início ao fim. Neste caso, um único nível pode ser suficiente, pois o processo é seriado e sequencial.
  2. Fábrica de médio porte: Distribui ordens de produção separadas para diferentes setores. Neste cenário, é vantajoso criar mais níveis para permitir a acumulação de peças iguais, mesmo que sejam utilizadas em cadeiras diferentes.

Estrutura Detalhada

Uma estrutura de produtos bem elaborada pode ser organizada da seguinte forma:

  1. Cadeira de Escritório (Produto Final)
    • Subconjunto do Assento
      • Espuma do Assento
      • Tecido do Assento
      • Parafusos
    • Subconjunto do Encosto
      • Espuma do Encosto
      • Tecido do Encosto
      • Parafusos
    • Base com Rodízios
      • Rodízios
      • Tubo Metálico
    • Mecanismo de Regulagem
      • Alavanca
      • Mola
      • Parafusos
    • Embalagem
      • Caixa de Papelão
      • Plástico Bolha
      • Fita Adesiva

Esta estrutura permite a geração de ordens de compra e produção para todos os níveis, dependendo se são componentes comprados ou produzidos internamente. A vantagem deste formato é a melhor organização da fábrica e a possibilidade de acumular a produção e compra nos níveis inferiores, já que estes itens serão encontrados em vários produtos da empresa.

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Otimização com MRP

O uso do MRP (Material Requirements Planning) é fundamental para obter ganhos de escala na produção. Com uma estrutura de produtos bem definida, o MRP – O que é e como pode ajudar minha indústria pode calcular com precisão as necessidades de materiais e programar a produção de forma eficiente, reduzindo custos e aumentando a produtividade.

Roteiro de Produção

Muitas empresas se questionam sobre a necessidade de criar mais itens, abrindo a estrutura para cada processo que ocorre na fábrica. Por exemplo: Subconjunto do Encosto Furado, Subconjunto do Encosto Costurado e Subconjunto do Encosto Acabado. Entretanto, essa prática pode gerar uma burocracia desnecessária.

Os sistemas ERP modernos oferecem ferramentas como o Roteiro de Fabricação, que permitem controlar as operações que um produto sofre sem a necessidade de criar itens adicionais na estrutura. Através de um sistema de controle de chão de fábrica (SFC), é possível:

  1. Rastrear peças na fábrica
  2. Medir a produtividade
  3. Calcular custos com precisão
  4. Identificar gargalos na produção
  5. Otimizar o fluxo de trabalho

Você já se perguntou como seria possível controlar todo o processo produtivo sem sobrecarregar a estrutura de produtos?

Gestão de Estoque

Uma estrutura de produtos bem definida é a base para uma gestão de estoque eficiente. Ela permite:

  • Previsão precisa de demanda
  • Redução de estoques desnecessários
  • Melhoria no fluxo de caixa
  • Aumento da rotatividade de estoque

A integração entre a estrutura de produtos e as ferramentas de gestão de compras e suprimentos é crucial para manter o equilíbrio entre disponibilidade de materiais e capital de giro.

Equilibrando Controle e Flexibilidade

Não existe uma "receita de bolo" para definir o nível de detalhamento dos produtos na estrutura. Cada empresa precisa encontrar o equilíbrio de controle que busca, priorizando os gargalos produtivos e estabelecendo pontos de controle que permitirão ajustar estoques reguladores para melhorar o desempenho da fábrica como um todo.

Uma análise da consultoria McKinsey revelou que empresas com estruturas de produtos bem definidas e flexíveis têm, em média, uma produtividade 23% maior do que suas concorrentes.

Conclusão

A montagem de uma estrutura de produtos eficiente é um desafio complexo, mas fundamental para o sucesso de qualquer indústria. Equilibrar detalhamento e simplicidade, alinhando-se às  funcionalidades específicas da empresa e às exigências legais, é o caminho para uma gestão mais eficiente e produtiva.

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